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Mostrando postagens de junho, 2017

Resiliência

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Minha avó, desde quando eu era pequena, me falava para eu ser “resiliente” (coitada claro que não usava essa palavra), quando entrava berrando em sua casa. Naquela época, a palavra soava como afago para as minhas tristezas. Hoje, eu a tenho como imprescindível no meu "Kit de sobrevivência". Resiliência retrata a forma de como o ser humano tende a se superar diante das adversidades da vida ou equilibrar a dor, de maneira que consiga estadia-la e conviver de maneira pacífica.  Às vezes, a superação ganha êxito. Outras, o equilíbrio vence a fase. O ser resiliente é aquele que passa pelo vale da dor com os olhos vendados pela crença por dias melhores. Sem norte, caminhando descalço, o mesmo, quando consegue finalmente chegar em casa, tranca as portas e as janelas por medo de deixar alguém chegar e sair repentinamente. A decepção é uma faca no peito das nossas expectativas. É a verdade com cara de mentira. A ausência do discernimento de não sabermos dizer adeus. Resiliência...

Ela acordou assim..

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De um jeito peculiar e singelo, decidiu que já era hora de atravessar aquela ponte que dava pra um lugar mais seguro e verdadeiro. Ela olhou-se no espelho, ajeitou o semblante e não fez força ou menção de reclamar. Ela vinha duvidando dela mesma, de algumas coisas, vinha tentando entender por vezes o próprio destino. Foi quando ela percebeu que o que vem sendo traçado foi um tratado com o alto, por isso não poderia questionar, mas por vezes poderia pedir água, jogar a toalha, ou descansar sob a sombra das próprias dúvidas.  Ela foi moldando os dias, recuperando aquele tempo que apesar de ter passado não foi perdido. Muitas vezes ela olhou pro céu e fez vários pedidos.  Chegou a jogar a moeda da sorte dentro daquela fonte pra ver se aquele desejo aconteceria. Na verdade muita coisa deu errada e muita coisa deu certo demais. O que ela espera é o que vem dela mesmo. O que ela deseja, vem das coisas que ela enxerga ao abrir o olhar curioso pela manhã. Ela t...

A CASA DA CAMPINA

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Certa vez um forasteiro que atravessava uma campina se deparou com outro homem que chorava e se lamentava à beira da estrada por se sentir só e despreparado. O forasteiro disse estar viajando há dias e que poderia servir de companhia ao homem se este lhe oferecesse comida e abrigo. O homem se alegrou tanto e o recebeu tão bem em sua casa que o forasteiro resolveu em troca, fazer também alguns reparos que o lugar necessitava. O forasteiro que há muito viajava sozinho, se afeiçoou pela companhia do homem e acabou por passar um longo período em sua casa. Além de servir de companhia um ao outro em longas conversas que tinham a noite sob a fogueira, o homem ensinava pequenos truques domésticos ao forasteiro e o forasteiro contava ao homem coisas sobre os lugares por onde já havia passado. Um dia, depois de muito tempo, o forasteiro que agora tinha um nome e um laço com o homem foi até ele na mesma campina que se conheceram e disse-lhe que sentia amor por sua companhia, mas q...