Geração das desencanadas

Eu nunca tive muito saco pra requinte, medo, gente contida.
Sempre achei que essas coisas eram importantes pra fazer a gente pirar, gritar na sacada e acordar os vizinhos.


Eu ontem conheci uma garota no bar (me peguei pensando e conversando com a Bruna pós umas doses) que me disse que sentir medo é pra quem tem coragem, coragem de não se permitir, de ponderar o que é certo e o que é errado. De acreditar que a imensidão do seu corpo se encaixa em algum padrão ou que felicidade é esperar que alguém de fora venha pra dizer que te ama.


Ela é da geração dos desencanados, que descobriram que o mundo é seu e que podem tudo.
Com o cabelo natural ou não, a bunda de fora ou não, o mundo é seu e podem tudo.


Tem um pessoal que gosta de regular, dizer que ela precisa ser assim, que precisa se vestir assado, um pessoal que descobriu que todos os seus medos e frustrações podem ser maculados se você julgar e machucar alguém que é livre, que é forte.


Ela me contou que a muito se sentiu menor, que a muito pensou que não mais um dia sentiria nada por alguém.
Mas ela me contou que já não faz mais tempestades.


Hoje ela é oceano em copos d’agua.
Hoje ela vive...


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