BRUMADINHO...#LUTO

Atuando na equipe do Hospital Na Residencia em Brumadinho, junto com Psicólogos, Assistente Social eu Enfermeira ouvi uma mãe dizer: "tudo doi a dor não é física, é na alma... Quero ela de volta, ela morreu , mas eu vou no lugar dela ... não tenho vontade de comer, não consigo dormir, o choro já secou, pois as lágrimas ardem o meu rosto"... doi muito, não sei descrever..." vivenciando diariamente a rotina do lugar, vejo o quanto um olhar humanizado é importante para compreender cada um que chega com dores por todo corpo; muitas vezes não sabendo nem por onde começar ou sequer explicar como acontece. Ouço com atenção às queixas de dores de cabeça, no estômago, musculares, ósseas, palpitações, náuseas, coceiras... Depois faço apenas uma pergunta " o que está realmente acontecendo com você? " Após um minuto de hesitação e até espanto, a maioria cai num choro convulso e doloroso. Deixo o choro libertador acontecer e então no lugar das queixas álgicas ouço término...