E quando for você... Quando for você, será que saberei dizer?
Quando você entrar, será que eu reconhecerei? Ou será que, entre tantos outros estranhos, eu continuarei desatento?
Eu não sei quando será. Ou como. Pode ser em um corredor. Em uma esquina. Poderia acontecer bem cedo, algo sonolento. Ou até mesmo nas madrugadas, onde nunca imaginaríamos. Você pode vir sozinha ou disfarçada em uma multidão. Talvez você até venha pelos olhos de um outro alguém. Um alguém que não era você.
O meu medo é não saber dizer. Entre tantos outros pedaços de inspiração que recheiam os meus textos. São lábios. Jeitos. Cheiros. Belezas do meu ofício. Mas estas preciosas inspirações poderiam me distrair. Ali, tão desatento, eu posso te deixar escapar.
Um olhar estranho poderia me roubar de um alguém que um dia eu conheceria tão bem. Você. Talvez, muito mais atenta do que eu, você me note. Mesmo tão distraído. Com carinho, eu te peço. Não tenha medo. Coloque os seus dedos em meu queixo, vire o meu rosto e diga: lindo, sou eu.
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