_ Exploda! Manifesto de rebeldia à solidão...

Estava decididamente cansada de tentar
“Não pertence” era a palavra certa.
“Algum engano” era a palavra certa.
Construiu quatro torres de pastilhas antidepressivas e permaneceu ali.
Antes que pudesse respirar aliviada, percebeu que não só ninguém poderia entrar, como também seus demônios não poderiam mais sair.
E assim foi encontrada com os pulmões cheios e o corpo vazio.
Talvez você não saiba mas essa dor não lhe cai bem,
não combina com seus olhos, com seus traços nem com sua voz.
A vida é cretina mas nós somos mais.
Não é esquivando que se ganha o round.
É preciso teimosia, serrar os dentes e rugir pro espelho.
Você já flertou com anjos, passe a tirar os demônios pra dançar.
Quando levantei muros dentro de mim, não estava me poupando deles mas poupando eles de mim. Vá a vida pensar que não precisa tomar cuidado com a nossa dor.
Quero ver o peito rasgar, a boca berrar, a multidão olhando torto quando ela explodir às seis da tarde no metrô.
_ Exploda!
Que tua fúria vá de encontro ao mundo e não contra você.
Quando levantei paredes, aprisionei meus medos, minhas angústias, meu torpor.
Introduza as mãos em concha sobre uma vela e a falta de oxigênio fará a chama se apagar.
Não faço mais papel de vela,
pois se sou chama,
que o mundo queime as mãos.

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